De fato lá no Brasil, bem como aqui em Belém, impera a seguinte máxima:
"O mundo é dos espertos"
Não vou dizer que assumo a autoria da frase, até por conta da sua construção, já banalizada pelos inúmeros textos e exemplos que vivenciamos no dia a dia. Mas admito que a uso invariavelmente de 2 a 5 vezes por dia.
O mais impressionante, não é o fato de que as pessoas se valem da tal "esperteza" para se dar bem na vida. O ruim é pensar que a energia que se gasta sendo "esperto", evitaria acidentes, salvaria o planeta, tornaria convivência entre as pessoas mais agradável, teríamos menos ladrões, menos assaltos, menos poluição. Isso para enumerar as consequências mais prováveis.
Não teríamos trabalho escravo, ainda mais o infantil, não estaríamos perdendo nossa cobertura verde, nossos oceanos seriam mais limpos, nosso clima (?) mais regulado...
Se não houvesse o império da esperteza, nossa ilustríssima governadora não estaria empregando maridos, ex-maridos, namorados, ex-namorados, primos, parentes, a bel-prazer (e nem teríamos matéria como essa saindo na Veja).
Não teríamos cidades inteiras tomadas pelo terror da violência, pela crise financeira dos estados, pelo descaso observado nos hospitais públicos...
Ao ponto que nesse momento desta narrativa me encontro forçado a mudar o termo esperteza, para burrice.
É uma burrice estarmos desmatando, estarmos perdendo vidas inocentes (estas que poderiam render, gerar e produzir, muitas riquezas para sociedade), é uma burrice eleger políticos corruptos e elementos nécios e abjetos desta nossa sociedade que por uma linha tênue e muito fraca não se afunda de vez.
É uma burrice também acharmos que essa situação não tem solução. É burrice nos prostramos e achar que tudo já foi determinado pela lei quase-divina da esperteza, quer dizer, burrice, ou o que quer que seja...já não sei mais.
E os inúmeros pensadores, pessoas cultas de nossa sociedade, na sua condição de humanos pensadores e articuladores de pensamento, que os poucos de nós que os lemos e tentamos compreender, nos fazem ver que cada vez mais a saída para o atual império da esperteza-burrice não vai se desfazer com passeatas públicas, nem com escolas-circo (para mim uma palhaçada sem tamanho), mas sim com aquilo de mais intangível que existe nesse planeta...
E inexoravelmente aquilo que vai determinar o quão esperto-burros somos.
Iluminar-se de conhecimento, não é tão somente acordar-se pra dentro, mas em sua última instância é acordar para fora, para o que temos a nossa volta.
Pois que aos "espertos", seja feito um pronto despertar. E que aos burros um longo aprender.
Talvez assim melhoremos alguma coisa
terça-feira, 24 de abril de 2007
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